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Clóvis Beviláqua

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07.09.2009 Opinião
Nascido em Viçosa do Ceará, no dia 4 de outubro de 1859, o inolvidável Clóvis Beviláqua foi um dos maiores ícones deste país. Clóvis foi jurista, jornalista, professor, historiador, filósofo e escritor polígrafo. Reconhecidamente um homem notável para os seus dias, sendo aplaudido até em plagas estrangeiras. Aprendeu as primeiras letras na terra de seus pais. Em seguida viajou para terminar seus estudos ginasiais em Sobral, e depois em Fortaleza, no ilustre sodalício Liceu do Ceará. Nessa época, o ínclito mancebo, iniciava a sua vida literária fundando, juntamente com o poeta Paula Ney e com Silva Jardim, o jornal “Laborum Literarium”. Formou-se em Direito, pela Faculdade de Recife, onde dedicou estudos sobre Kant, Hegel e Ihering. Na sua formatura, em 1882, foi escolhido por aclamação o Orador oficial da turma. Estando com 23 anos de idade, e formado, Clóvis retornou ao Ceará onde residiu por pouco tempo, saindo para iniciar sua vida profissional como Promotor de Justiça da Comarca de Alcântara, Estado do Maranhão, em 1883.
Estreou nas letras jurídicas com dois livros: “A Filosofia Positiva no Brasil” em 1884 e “Estudos de Direito e Economia Política”, em 1886. Em 1889, Beviláqua foi aprovado em primeiro lugar no concurso para professor de Filosofia, da Faculdade de Direito de Recife. Entusiasmado com a República que surgia há pouco tempo, Clóvis dedicou-se a elaborar a Constituição do Estado do Ceará, em 1892, sendo a primeira do Estado.
Foi fundador da Academia Cearense de Letras, em 1894, e também da Academia Brasileira de Letras, em 1897.
Em março de 1900 termina sua grande obra a pedido do Ministro da Justiça Epitácio Pessoa. Trata-se do Código Civil Brasileiro.
Enfrentou forte crítica do outro grande jurista Rui Barbosa.
Porém, em 1916, ocasião em que foi sancionado o Código Civil Brasileiro, o próprio “Águia de Haia”, chamou seu antigo adversário de “o maior de nossos juristas vivos”.
No sombrio dia 26 de julho de 1944, no Estado do Rio de Janeiro, o mundo perdeu o talento do homem Clóvis Beviláqua.
ROBERTO VICTOR PEREIRA RIBEIRO-Advogado