19.03.2011 Política
Nem ministro, nem senador. Na tarde de ontem, o ex-deputado federal Ciro Gomes (PSB) descartou as possibilidades de ser candidato ao Senado nas eleições de 2014, ou compor a equipe ministerial da presidente Dilma Rousseff (PT), numa possível reforma. Contudo, Ciro afirmou que sonha em voltar a ser prefeito de Fortaleza.
As declarações foram feitas na tarde de ontem, no Fórum Clóvis Beviláqua, onde Ciro iria depor, em audiência relacionada ao processo por danos morais e calúnia que move – ao lado de seu irmão, o governador Cid Gomes (PSB), contra o ex-governador Lúcio Alcântara (PR).
A candidatura do ex-deputado ao Senado foi lançada por Cid Gomes, no último dia 15 de fevereiro. Em seu Twitter, o governador afirmou que iria ?trabalhar? para eleger Ciro senador em 2014.
Entretanto, para Ciro, quem deve ter a oportunidade de disputar a vaga por direito é Cid que, na sua avaliação, ?vem fazendo uma gestão aprovada e reconhecida pelos cearenses?. ?Meu candidato ao Senado, em 2014, chama-se Cid Gomes?, afirmou Ciro.
Sobre um retorno à administração de Fortaleza, de onde já foi prefeito entre 1989 e 1990 ? tendo renunciado para se candidatar ao Governo estadual, Ciro afirmou que está ?pensando?, ?estudando?, ?trabalhando? e ?amando? a ideia, mas ?não será agora?.
Como é irmão do chefe do Executivo estadual, ele não pode concorrer a nenhum cargo no Estado. Porém, ele afirmou que o fato de ser irmão do governador o faz privilegiado, e por isso não será candidato ?a nada?.
?Eu sonho ainda, um dia, em servir a cidade de Fortaleza como seu prefeito. Acho que a cidade precisa urgentemente, não de mim, mas precisa de um projeto. Eu sinto Fortaleza se deteriorando a olhos vistos?, afirmou, ao adiantar que deverá ajudar alguém a ser eleito, sem citar nomes, segundo o site Jangadeiro Online.
O processo contra Lúcio
Nas últimas eleições, Lúcio Alcântara acusou os Ferreira Gomes de envolvimento em um esquema de licitações, que teria contado com a participação de prefeituras do Ceará, durante o período em que Ciro figurou como ministro da Integração Nacional. Os irmãos reagiram com um processo por danos morais e calúnia.
Ciro afirmou que também move ações contra todas as pessoas que os acusaram, veicularam ou se utilizaram da denúncia, o que inclui a revista Veja – que divulgou o suposto esquema.
O processo ainda está em fase inicial. Contudo, ontem, Ciro não depôs. A audiência foi adiada devido à ausência de parte ligada a Lúcio e também da juíza da 11ª Vara Criminal do Fórum, Sandra Elizabete, que não retornou a tempo de uma audiência em Barbalha. (com informações do Blog do Eliomar)
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A legislação eleitoral impede a candidatura de quem seja parente do chefe do Executivo na esfera de poder que abranja o cargo que pretende disputar. Ciro só poderia ser candidato se já ocupasse um cargo e disputasse a reeleição.
Thiago Paiva
thiagopaiva@opovo.com.br