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5ª Vara do Júri ouve testemunhas de processo que investiga grupo de extermínio

Ouvir: 5ª Vara do Júri ouve testemunhas de processo que investiga grupo de extermínio

Está acontecendo no Fórum Clóvis Beviláqua, desde as 14 horas desta quarta-feira (1º/09), audiência de instrução do processo que investiga o assassinato de Francisco Tomé Filho e Gilberto Soares Duarte. Até as 17h30, haviam sido ouvidas seis das oito testemunhas indicadas pela acusação e pela defesa dos réus.
De acordo com a Secretaria da 5ª Vara do Júri, onde o processo tramita, as demais testemunhas serão ouvidas ainda nesta quarta. Já o interrogatório dos cinco réus será agendado para nova data, ainda a ser definida.
Pedro Claudio Duarte Pena, Firmino Teles de Menezes, Sílvio Pereira do Vale Silva, Rogério do Carmo Abreu e Paulo César Lima de Sousa são acusados de integrar o grupo de extermínio que seria responsável pela morte das vítimas e de outras duas pessoas, todas ligadas à Madeireira São Francisco, localizada na avenida Osório de Paiva, no bairro Siqueira, em Fortaleza.
Os réus respondem pelos crimes de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima, além de formação de quadrilha, concurso de pessoas e concurso material.
Os crimes
O assassinato de Francisco Tomé Filho ocorreu na noite de 10 de dezembro de 2004, na avenida Lineu Machado, bairro João XXIII, na Capital. Na ocasião, dois homens em uma moto se aproximaram do carro da vítima e efetuaram vários disparos. Em seguida, a dupla fugiu.
Quase dois anos depois, em 25 de agosto de 2006, Gilberto Soares Duarte foi morto na avenida Carneiro de Mendonça, no bairro Jóquei Clube. O crime ocorreu nas mesmas condições que vitimaram Francisco Tomé Filho.
Além das duas mortes, o grupo é apontado como responsável pelo assassinato de Carlos dos Santos Marques e de Miguel Luiz Neto. O laudo de confronto microbalístico aponta que os projéteis desferidos nos homicídios saíram do cano da mesma arma.
Segundo denúncia do Ministério Público (MP), os crimes foram motivados por uma disputa judicial envolvendo Firmino Teles e Reinaldo Marinho, proprietário da Madeireira São Francisco, por conta de uma sociedade desfeita. De acordo com o relato da acusação, a partir da discórdia gerada pelo contrato ocorreram os quatro assassinatos.
Através de laudo pericial e da análise de conversas telefônicas, interceptadas com autorização judicial, o MP identificou a função de cada integrante do grupo: Firmino Teles seria o mandante; Sílvio Pereira e Rogério do Carmo os responsáveis pela execução; Pedro Claudio, o ?Cabo Pena?, o articulador e arquiteto dos crimes, enquanto Paulo César teria o domínio das ações do grupo. Atualmente, todos os acusados estão presos.