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Julgamento de “Courinha” deve se estender até as 22h no Fórum Clóvis Beviláqua

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O julgamento de José Enilson Couras, o ?Courinha?, e de Salvador dos Santos, acusados de matar Sival Correia Braga, está em andamento no Fórum Clóvis Beviláqua. Realizado pelo 2º Tribunal do Júri, o júri foi iniciado às 14h20min desta quarta-feira (24/02) e deve terminar por volta das 22 horas.
O Ministério Público acusa os réus pela prática de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e utilização de emboscada. O processo começou a tramitar na Comarca de Jucás, mas foi desaforado para Fortaleza por se tratar de acusados de alta periculosidade.
De acordo com a denúncia, o crime aconteceu no dia 3 de abril de 1996. Consta nos autos que a vítima, tio de ?Courinha?, fez em nome do acusado e das filhas dele, dois seguros de vida, um no banco Bradesco, em 1994, outro no Banco do Nordeste, poucos dias antes da morte do titular. A acusação sustenta que a motivação do crime foi o recebimento dos valores segurados.
Afirma também que ?Courinha? havia combinado com Salvador dos Santos a execução do plano, que era a simulação de um acidente de carro, cujo desfecho seria a morte de Sival Correia Braga.
Salvador dos Santos, que era motorista, levou a vítima de uma localidade a outra e, durante o trajeto, teria, propositadamente, jogado o carro dentro de um açude, ficando o veículo submerso a 12 metros de profundidade. O corpo de Sival só foi encontrado no dia seguinte. A intenção, segundo o Ministério Público, era simular um acidente a fim de liberar os seguros adquiridos, que seriam divididos entre os comparsas.
Na fase de tomada de depoimentos, foi citado o nome de José Viriato Correia Lima, acusado de ter emprestado o veículo para que Salvador e ?Courinha? executassem o crime, na promessa de receber uma parte do dinheiro, que totalizava R$ 300 mil. Coronel da Polícia Militar do Piauí, Viriato é considerado de alta periculosidade, nos termos da acusação, por ser indiciado ainda como o mentor de uma organização criminosa que atuava no estado do Piauí – caso que ganhou espaço nos noticiários nacionais. Ele ainda não foi julgado por ter recorrido da sentença de pronúncia no Tribunal de Justiça do Ceará.
De igual relevância para a mídia, ?Courinha? ganhou os holofotes nacionais quando foi preso em 17 de janeiro de 2002. Passou a ser considerado um dos maiores matadores profissionais do Brasil por ter mais 100 crimes de pistolagem atribuídos a ele.
O julgamento está sendo presidido pelo juiz Henrique Jorge de Holanda Silveira. A acusação está a cargo da promotora de justiça Alice Iracema Melo Aragão, enquanto a defesa dos réus é de responsabilidade do defensor público Gelson de Azevedo Rosa e do defensor dativo João Irton Veloso Frota.