Conteúdo da Notícia

Universitária afirma que mãe cometeu suicídio

Ouvir: Universitária afirma que mãe cometeu suicídio

16.12.2009 Polícia
A estudante universitária Lara França Rocha afirmou durante seu julgamento, iniciado às 13h45min de ontem, que a mãe teria cometido suicídio, ateando fogo no próprio corpo. Lara é acusada de ter ateado fogo na mãe, a aposentada Iracema Carvalho Lima, em um incêndio no dia 23 de julho de 2008, num apartamento no bairro de Fátima. O julgamento da estudante é presidido pelo titular da 3ª Vara do Júri, juiz José de Castro Andrade, e adentrou a madrugada. A defesa da ré é representada pelos advogados Cristian Duarte e Alexandre Batista. Já os responsáveis pela acusação são os promotores Humberto Ibiapina, Joseana França e o assistente Nazareno Saraiva. Lara França chegou escoltada por policiais e passou a maior parte do júri de cabeça baixa.
De acordo com o titular da 3a Promotoria do Júri, o promotor Humberto Ibiapina, a ré não respondeu a nenhuma pergunta formulada pelo Ministério Público (MP), tanto no julgamento como anteriormente, na fase de instrução do processo. ?A tese da defesa é de suicídio, mas existem questionamentos que ainda não foram esclarecidos, como o fato de a mãe ter ficado com o corpo queimado, enquanto Lara saiu ilesa do incêndio, sem nenhum vestígio?, indagou.
Cinco testemunhas de acusação prestaram depoimentos, entre eles os peritos do Instituto de Criminalística (IC), uma amiga da vítima e um vizinho que socorreu Iracema. Mas para Ibiapina o depoimento mais esclarecedor foi o do frentista que confirmou ter vendido dois litros de gasolina a R$ 6 à estudante.
Segundo o advogado de acusação, Nazareno Saraiva, a estudante negou o crime e revelou que a mãe estava depressiva, pois teria descoberto que seu sobrinho é na verdade pai de Lara. ?Já pedi, em outra ocasião, o exame de paternidade para comprovarmos esse fato, mas ela se recusou. Apesar dessa questão temos as provas que falam por si?, afirmou adicionando que na época do crime, a estudante confessou o crime com riqueza de detalhes. ?Através desses detalhes a perícia conseguiu analisar algumas provas, como um calendário que ela teria utilizado para atear fogo no quarto?, informou.
DEFESA
A defesa, além de alegar a inocência da estudante, revela que ela confessou a autoria, na época do crime ter sido obrigada a confessar. ?Nós solicitamos perícias para o local do crime, o que foi negado pela Justiça. A investigação foi incompleta?, afirmou o advogado Cristian Abreu Duarte. Ao ser questionado sobre a tese de suicídio o advogado declarou que sua cliente afirmou que nem ela sabe o que aconteceu naquele dia.
Lara França Rocha, que se encontra recolhida, há um ano e quatro meses, ao Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa, está sendo julgada pela prática de homicídio triplamente qualificado – por motivo torpe, meio cruel (fogo) e utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
A vítima chegou a ser socorrida e levada para o Instituto Doutor José Frota (IJF), mas não resistiu às diversas queimaduras e faleceu.