O cabo da Polícia Militar, Pedro Cláudio Duarte Pena, apontado como integrante de um grupo de extermínio desarticulado no ano passado, foi condenado, ontem, a uma pena de 14 anos de reclusão. Ele é acusado de ter participado da morte de um homem identificado como Lenimbergue Rocha Clarindo. O fato aconteceu no bairro Jardim Iracema (Zona Oeste).
Conforme os autos do processo, a casa da vítima foi invadida por um grupo formado por seis homens. Alguns usavam capacetes e outros estavam encapuzados. Minutos antes de executar Lenimbergue, os mesmos acusados haviam invadido as dependências do setor de Triagem do Juizado da Infância e da Adolescência, no bairro Presidente Kennedy, e fuzilado um adolescente que havia sido apreendido. Os dois estavam sendo acusados de terem assassinado um policial militar na manhã daquele mesmo dia. A vítima foi o soldado Claudionor, destacado no Batalhão de Polícia de Choque (BpChoque) e era integrante do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).
Para vingar a morte do colega de farda, alguns PMs teriam se reunido e tomado a decisão de eliminar os dois acusados. Esperaram a noite chegar e, por volta das 19 horas, iniciaram o plano. Primeiro, assassinaram o adolescente e, em seguida, se dirigiram ao Jardim Iracema e executaram Lenimbergue. Ainda segundo os autos do processo, além do cabo Pena, também teriam participado dos dois homicídios o pistoleiro Sílvio Pereira do Vale Silva, o “Sílvio Pé-de-Pato”, que já foi a júri popular, acabou condenado, mas recorreu contra a decisão.
Outro PM
Também é acusado de ter participado diretamente dos crimes outro militar. Trata-se do cabo PM Raimundo Nonato Soares Pereira, o “cabo Nonatinho”, que também é acusado de envolvimento na morte da adolescente Ana Bruna de Queiroz. O julgamento do militar também deveria ter ocorrido ontem, mas foi adiado e a nova data não está ainda marcada.