Conteúdo da Notícia

CEARÁ É O ESTADO COM O MAIOR NÚMERO DE DETENTOS OCIOSOS, APONTA PESQUISA

Ouvir: CEARÁ É O ESTADO COM O MAIOR NÚMERO DE DETENTOS OCIOSOS, APONTA PESQUISA

20.09.09
Uma tese de doutorado da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERj), apresentada pelo cientista social e professor Elionaldo Fernandes Julião, revela que o Ceará é o estado onde os presos têm o maior precentual de ociosidade do Brasil, com apenas 2,74% dos detentos exercendo alguma atividade. A pesquisa mostra que, apesar de ser uma exigência da lei de Execuções Penais, o trabalho de condenados nas prisões brasileiras está longe de ser uma realidade no país.
O número de presos no Brasil cresceu, entre 2000 e 2007, 81,53%, saltando de 232.755 internos para 422.590, segundo dados do Ministério da Justiça citados na tese “A ressocialização através do estudo e do trabalho no sistema penitenciário brasileiro”. “Seguindo esse ritmo, estima-se que em uma década dobre a população carcerária brasileira”, aponta o autor do estudo Elionaldo Fernandes Julião.
De acordo com a tese, trabalhar na prisão diminui as chances de reincidência em 48%. Quando o preso estuda na cadeia, as chances de voltar ao crime diminuem em 39%.
A lei de Execuções Penais também exige que todos os condenados tenham acesso ao ensino fundamental nas cadeias, mas os presos não são obrigados a estudar.
O autor da pesquisa critica a falta de políticas do Estado para ressocializar o preso. “A grande questão que os dados demonstram é que efetivamente no Brasil não temos uma política pública de reinserção. Todas as ações são muito improvisadas”, disse. “O que se vê no país são iniciativas isoladas em alguns Estados. Há apenas ações desorganizadas, sem articulação”, afirma.
O preso que volta ao crime
(Com informações do portal UOL)