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Acusado de homicídio duplamente qualificado será julgado pelo 2º Tribunal do Júri

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A 2ª Vara do Tribunal do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua levará a julgamento, nesta quarta-feira (21/10), às 13h30, o réu Francisco Raimundo de Almeida, conhecido como “Mundoca”. Ele é acusado de assassinar Ivo Alves, a mando de Francisco Márcio Marim Amâncio, vulgo “Marcin”.
O réu responde por homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e surpresa, conforme o artigo 121, parágrafo 2°, incisos I e IV, do Código Penal Brasileiro (CPB). Ele será submetido a julgamento sozinho, tendo em vista que o outro acusado encontra-se foragido.
O crime aconteceu na cidade de Jaguaribara, no dia 10 de junho de 2005, por volta das 23h30, na praça Edmir Peixoto de Melo. Consta na denúncia que Ivo Alves havia mantido relacionamento com a senhora Márcia, irmã de “Marcin”, mas, devido a desentendimentos, o casal se separou. Com o término da relação, Ivo saiu de casa e sua ex-companheira veio morar em Fortaleza. Após esse acontecimento, iniciou-se uma disputa pelo imóvel.
No dia do crime, às 15h, “Marcin” alugou uma moto vermelha, que pertencia a Josivan Bezerra Peixoto, e foi encontrar-se com “Mundoca,” seu comparsa, para confirmar a realização do delito. Depois do acordo, eles foram procurar a vítima nas proximidades do local. Sem êxito, por volta das 19h30, os réus resolveram ir ao bar de “Toinho do Amâncio”, primo de Márcio, onde beberam duas cervejas.
Em seguida, os dois resolveram sair daquele bar e se dirigiram ao trailer do popular “Quiló”, às 23h10. No local, Márcio comprou mais cervejas e ofereceu outras para um grupo composto de mulheres, que também estavam no recinto, antes do crime.
A vítima encontrava-se em outro local, mais precisamente no trailer do conhecido “Kekeudo”, juntamente com o seu amigo Francisco José Leite Pinheiro, conhecido como “Dedé”, ambos acompanhados de suas esposas. Por volta das 23h30, os indiciados chegaram ao local. Com a aproximação deles, “Dedé” alertou a vítima que “Mundoca” portava dois revólveres. Ivo Alves virou-se para tentar se defender, mas o algoz realizou diversos disparos contra o mesmo.
Após ser ferida, a vítima correu para o interior do trailer, enquanto o réu continuou disparando. Ivo Alves ainda tentou reagir com murros, porém Francisco Raimundo não parou de atirar. Após cometer o homicídio, o réu fugiu sendo depois capturado pelas autoridades. O outro acusado que também deixou o local do crime não foi localizado.
A defesa do réu pediu o desaforamento do processo, tendo em vista o receio de Francisco Raimundo ser assassinado durante o julgamento. O requerimento foi acolhido pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) que aceitou as razões expostas pela defesa.
O julgamento será presidido pelo juiz Henrique Jorge Holanda Silveira, titular da 2ª Vara do Júri, e a acusação será feita pela promotora de justiça, Alice Iracema Melo Aragão. A defesa de Francisco Raimundo será patrocinada pelo advogado Aldenor Xavier.