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Policiais e escrivães reiniciam paralisação

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Fortaleza Pág. 03 11.09.09
Os escrivães e inspetores da Polícia Civil voltaram a entrar em greve. A Secretaria da Segurança Pública afirma que fará o corte de ponto e desconto em folha de pagamento para os faltosos. O Governo vai pedir na Justiça a paralisação do movimento
Uma manifestação em frente à Superintendência da Polícia Civil marcou, na manhã de ontem, o início de uma nova paralisação de escrivães e inspetores. O Sindicato dos Policiais Civis do Ceará (Sinpoci) havia decidido, em assembleia no último dia 1º, retomar a greve, aberta em 23 de julho e suspensa por ordem judicial em 12 de agosto. O Governo do Estado, por sua vez, anuncia corte de ponto e desconto em folha de pagamento dos policiais.
A paralisação anterior foi suspensa po uma liminar do juiz Carlos Augusto Gomes Corrêa, da 7ª Vara da Fazenda Pública. A decisão atendia uma ação cautelar da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) em que eram questionados requisitos legais na decretação da greve. Segundo o presidente do Sinpoci, Weudo Jorge, a categoria tornou a cruzar os braços depois de tentar, sem êxito, debater uma pauta de reivindicação com o Palácio Iracema. O secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Roberto Monteiro, nega esta afirmação. Segundo ele, havia uma mesa de negociação agendada para a tarde de ontem.
O aposentado João Batista Albuquerque, 61, foi ontem ao 4º Distrito Policial (Pio XII) para registrar uma ocorrência. Ele havia caído no chamado golpe do ?sequestro virtual? e comprou R$ 1.150 em cartões telefônicos como forma de resgate. ?Ligaram dizendo que meu filho estava sequestrado. Mas era uma fraude?, lamentava.
A tentativa de fazer o boletim de ocorrência foi em vão. A unidade, mesmo aberta, não tinha atendimento. Segundo o Sinpoci, a escala da greve prevê que apenas 18 das 52 delegacias em Fortaleza e cidades vizinhas funcionem normalmente.
O secretário Roberto Monteiro aponta como ?ilegal? a greve. ?Vamos cortar o ponto dos servidores que faltaram ao serviço e descontar na folha?, anunciou. Já o Sinpoci, em nota, orienta os policiais a ?comparecer e permanecer? nas delegacias, mantendo suspenso o atendimento. Para o procurador-geral do Estado, Fernando Oliveira, a estratégia é falha. ?Aparecer e não trabalhar é mesmo que não comparecer?, esclarece.
Oliveira explicou ainda que está reunindo os documentos necessários para pedir ao Judiciário a suspensão de greve, como o ofício sobre o aviso de paralisação. O procurador, no entanto, não deu previsão sobre o envio do pedido.
E-MAIS
> O secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Roberto Monteiro, opina que o fato de a entidade sindical querer determinar as delegacias que devem ou não funcionar é o mesmo que, durante uma greve de ônibus, haver ônibus ?para o Papicu e para a Parangaba, mas não ter para a Barra do Ceará?.
> A greve da Polícia Civil é restrita a escrivães e inspetores. A paralisação não envolve os delegados.
> De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Ceará, a escala de trabalho durante a greve estabelece rodízio diário entre as delegacias em funcionamento.