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Pedido o relaxamento da prisão do italiano

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05.09.2009 Polícia
O advogado Flávio Jacinto, que representa o turista italiano, preso em flagrante, na última terça-feira (1), sob acusação de ´estupro a vulnerável´,contra a filha de oito anos de idade, em uma barraca na orla marítima de Fortaleza, deu entrada, na tarde de ontem, no Fórum Clóvis Beviláqua, no pedido de relaxamento da prisão em flagrante do seu cliente. Flávio Jacinto disse que vai esperar que o pedido seja analisado pela Justiça o mais rápido possível. O advogado espera que a decisão possa sair até a próxima terça-feira. Até lá, o italiano permanecerá preso.
Segundo o advogado, após analisar o auto de prisão em flagrante não foi verificada nenhuma situação de flagrância. “Não existiu nenhum delito para caracterizar os crimes previstos na Lei 12.015”, assegurou. O caso, publicado com exclusividade pelo Diário do Nordeste na última quinta-feira (3), ainda repercute no Brasil e no mundo.
O italiano permanece preso na carceragem do 2º DP (Aldeota). Ele foi detido após ser denunciado por um casal de turistas que também estava na barraca. As testemunhas garantiram na delegacia que o italiano estava abusando da filha, dando beijos e fazendo carícias na criança. O italiano e sua mulher – uma brasileira – negaram todas as denúncias, e disseram que ele estava sendo carinhoso com a filha, um comportamento comum na Itália. Para o advogado do, seu cliente “foi vítima de um grande mal entendido”.
As investigações estão sob o comando da Delegacia de Combate à Exploração a Criança e Adolescente (Dececa). A filha do turista detido foi ouvida na última quarta-feira e outras pessoas ainda deverão prestar depoimentos.
Na tarde de ontem, o inspetor da Dececa, Marcos Sales, entregou ao gerente da barraca, Heitor Batista, um ofício, assinado pela delegada Ivana Timbó, titular da especializada, solicitando o envio das imagens das câmeras para a delegacia, alegando que elas podem ajudar nas investigações.
Câmeras
Contudo, as imagens existentes nos computadores da barraca podem ajudar muito pouco nas investigações. Isso porque as cenas captadas pela câmera de segurança, instalada na piscina da barraca de praia, onde, segundo as testemunhas, ocorreu o fato, não são armazenadas em nenhuma mídia.
Segundo Heitor Batista, as imagens são transmitidas via internet, mas não são gravadas. Conforme ainda o gerente da barraca, outras três câmeras espalhadas pelo complexo têm as imagens arquivadas, mas nenhuma delas está localizada na área da piscina.
O único momento em que o italiano aparece nas imagens gravadas pelas câmeras da barraca é quando ele está saindo do local abraçado com a filha, que está enrolada em uma toalha.
De acordo com o gerente da barraca, o turista italiano e sua família freqüentam o local há cerca de cinco anos. Segundo ele, os três chegaram ao estabelecimento por volta das 10h30 e o fato ocorreu por volta das 16h30. “Depois da denúncia, o casal ficou esperando tranqüilo a chegada da Polícia. Eles tiveram a oportunidade de ir embora, mas não foram”, disse.
Batista acrescentou aos jornalistas, ontem à tarde, que, no local onde ocorreu o fato, três funcionários da barraca ficam estrategicamente posicionados e têm a obrigação de denunciar qualquer irregularidade. “A obrigação deles é ficar cem por cento do tempo olhando a piscina”, advertiu.
Fernansdo Ribeiro / Emerson Rodrigues – EDITOR/REPÓRTER