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MP denuncia agressores de estudante

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04.11.2009 Fortaleza
O Ministério Público denunciou na tarde de ontem os dois homens acusados de tentativa de estupro e tortura contra uma estudante universitária de 22 anos de idade, em crime ocorrido há sete meses, na Praia do Futuro. De acordo com a denúncia do promotor Francisco Lucídio de Queiroz Júnior, os acusados poderão pegar penas entre oito a 17 anos de reclusão, em caso de condenação. A juíza da 17ª Vara Criminal, Marlúcia de Araújo Bezerra Pedroza, avaliará todo o processo e poderá se pronunciar até a próxima sexta-feira.
O caso ocorreu no último dia 27 de março, quando a estudante aceitou convite para ir ao apartamento do proprietário de um posto de combustíveis, Régis Antônio Benevides dos Santos, que ela havia conhecido em uma casa de show na avenida Washington Soares. Segundo a denúncia do Ministério Público, o comerciante teria convencido a estudante a ir até a sua residência para conseguir um outro veículo, diante de problemas mecânicos do primeiro.
No apartamento, de acordo ainda com a denúncia, a universitária teria se negado a manter relações sexuais com o comerciante, que chamou o amigo Paulo Fernando Souza de Andrade para ajudá-lo em sua tentativa.
Após cerca de seis horas de tortura física e psicológica, que teria incluído ameaça de corte de cabelo com uma faca, conforme a denúncia do Ministério Público, a estudante pulou do 2º andar e sofreu fraturas nas pernas e na coluna.
Sem andar
A rotina da estudante universitária se resume hoje a um tratamento intensivo de fisioterapia, em uma tentativa de recuperar o movimento das pernas.
Após sete meses de tratamento, ela conseguiu recuperar alguns movimento da perna esquerda, mas ainda não sente a outra perna.
“Os médicos disseram que tenho uma lesão na coluna, por isso só consigo me locomover com cadeira de rodas ou muletas“, comentou a universitária, que precisa permanecer no hospital de segunda-feira a sexta-feira.
A estudante disse ao O POVO que a agressão a obrigou a mudar seus valores, como ainda a valorizar as verdadeiras amizades. “Antes, eu me interessava por um corpo bonito, por isso malhava bastante. Hoje não mais importo com a aparência“, comentou a estudante, que assegura ainda estar traumatizada com as agressões.