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Invasões serão monitoradas pela Habitafor

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Cidade 05.11.2009
DÉFICIT HABITACIONAL
Mulheres e homens constroem novos barracos na comunidade do Pau Fininho, entre o Papicu e a Praia do Futuro
Enquanto antigos moradores da comunidade do Pau Fininho sonham com a entrega de novas moradias e equipamentos de lazer que serão instalados pela Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor) no entorno da Lagoa do Papicu, outras chegam aos poucos e começam a construir barracos ilegalmente.
Para verificar a situação dos invasores, representantes da Habitafor devem comparecer hoje ao local. O presidente da Fundação, Roberto Gomes, antecipa que não reconhece essas pessoas como moradoras do Pau Fininho. Portanto, essas famílias não podem ser beneficiadas pelo Projeto Papicu. “O atendimento a novos pedidos exige demandas legal, ambiental e orçamentária”, declarou Gomes.
Em barracos de madeira de um ou dois cômodos, cerca de 800 famílias estão vendo a construção de novas 488 moradias. Além dessas, 134 melhorias habitacionais serão realizadas. Quem chegou após o cadastramento feito pela Habitafor terá de deixar o local e acompanhar os instrumentos legais de 2010, como as reuniões do Orçamento Participativo.
O surgimento de novos barracos e a construção de pequenas casas são uma realidade na comunidade que existe há cerca de cinco anos nas dunas, entre o Papicu e a Praia do Futuro. Sem as mínimas condições de saneamento, as famílias se multiplicam com o passar do anos. Em todos os becos, calçadas e esquinas, podem ser vistas meninas grávidas e outras tantas com pequeninos nos braços.
Em maio deste ano, o juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública, Francisco Martônio Pontes de Vasconcelos, já havia determinado que 30 famílias deixassem o local, além da remoção dos barracos dos novos invasores.
As obras
O espelho d´água já pode ser visto na lagoa e parte da obra já está concluída. Entretanto, para que as 612 ações de regularização fundiária sejam entregues, a Prefeitura Municipal de Fortaleza aguarda decisão da Justiça sobre a indenização ao proprietário do imóvel “Bar Pantanal”, que está dentro do terreno onde existe o projeto.
Além da implantação de calçadões, canteiros arborizados, quadra de futsal, campo de futebol, pista de skate e recuperação ambiental, a comunidade solicita uma série de outros benefícios. Uma creche, agentes de saúde, segurança e programas de combate às drogas e à violência foram os principais pedidos feitos pelos moradores na tarde de ontem. O Grupo de Trabalho Território de Habitabilidade, composto por 14 Secretarias da Prefeitura, deve intervir nesse processo.
JANAYDE GONÇALVES
REPÓRTER