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DDF investiga fraude em empréstimos consignados

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24.12.2010 Polícia
A Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), está investigando a ação de mais uma quadrilha especializada no golpe do empréstimo consignado em atuação no Ceará. Na última quarta-feira (23), um homem, identificado como Rouvanez Moreira de Sousa, 36, foi preso com documentos falsos e 15 propostas de empréstimos em nome de terceiros.
O titular da DDF, delegado Jaime Paula Pessoa Linhares, revelou que o acusado, detido por policiais da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) na Rua Barão do Rio Branco, no Centro da Capital, pode ser o ponto inicial para a descoberta de uma fraude contra dezenas de pensionistas do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Falsas
Conforme as investigações, a maioria das vítimas é residente no Interior do Estado. O delegado explicou que o acusado tinha cadastro em uma empresa responsável por intermediar os empréstimos com o INSS. Depois da aprovação das propostas, o dinheiro era liberado para uma conta aberta com os dados dos beneficiários, obtidos ilegalmente e sem nenhuma vinculação com os titulares legais dos benefícios. O acusado ainda recebia uma comissão da instituição financeira por cada contrato firmado.
No momento da prisão, segundo a Polícia, Rouvanez estava com uma identidade falsa em nome de José Bosco do Nascimento e mais três RGs com a foto de um outro homem e três nomes diferentes. Com ele, também foram apreendidos 15 propostas de empréstimos, algumas já haviam sido aprovadas.
Jaime Linhares afirmou que o golpe do empréstimo consignado não pode ser mais tolerado e considerado como um crime menor. “É uma megafraude, um grande golpe, que atinge cerca de dez por cento de todos os empréstimos contraídos no Brasil, o que equivale a um montante de R$ 4 bilhões, organizado por uma rede criminosa sem dimensão, movimentando um volume estrondoso de empréstimos”, revelou.
Para o delegado, as fraudes são facilitadas por uma cadeia de erros, que vão desde a fragilidade do sistema de autorizações até a facilidade na obtenção dos dados pela Internet. De acordo com o titular da DDF, depois de apropriar-se indevidamente dos dados dos pensionistas, o fraudador realiza levantamentos e inicia a série de ações criminosas que culminam com o rombo na conta dos aposentados. “Os valores descontados mensalmente não são tão altos e, às vezes, a fraude só é descoberta meses depois”, explicou.
Homicídio
A Polícia descobriu que Rouvanez tinha um mandado de prisão em aberto expedido pela 5ª Vara do Júri, da Comarca de Fortaleza. Ele responde ainda por receptação e estelionato.