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Chantagistas e chantageados – Fernando Maia

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01.10.2010 política
Vai ainda longe a queda-de-braço entre o prefeito e Câmara Municipal de Juazeiro do Norte. Será mesmo que os vereadores chantageavam Santana, exigindo mensalão, ou tudo era conversam do prefeito para se defender? O legislativo municipal teve frustrada a sua tentativa de afastar o prefeito sob a acusação de licitações dirigidas, depois de uma liminar concedida pelo juiz da 2ª Vara Cível. A decisão do magistrado veio após uma interposição de ação anulatória dos atos da Comissão Processante, que desrespeitou a proporcionalidade partidária e o período de duração, exigências do Decreto Federal 201/67 e da Lei Estadual 12.550/95, desamparando legalmente a sua constituição. A sentença judicial foi dada em boa hora já que a condução do impeachment se desenvolvia sob o calor de disputas eleitorais, que exigia dos edis a urgência de uma votação comprometida pelos interesses dos partidos envolvidos nas campanhas de governador e de presidente da República. Votar um impeachment a toque de caixa fere os princípios de ampla defesa e do contraditório, impondo ao sr. Manoel Santana uma decisão sob os efeitos de vícios formais e irreparáveis, cerceando a defesa ao acusado, como preceitua primordialmente a lei. A defesa de Santana está confiada a uma velha raposa, o advogado Wilson Vicentino, arguindo a favor do seu constituinte inexistência de provas de autoria nas acusações de adversários que tentaram imobilizar numa camisa-de-força o prefeito Manoel Santana, tornando-o refém de grandiosa armação que vem sendo sorrateiramente urdida por pessoas contrariadas desde os primeiros dias da atual gestão. Seria bom, antes do impeachment, saber quem são os chantageados e os chantagistas.