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Audiência com policiais militares acusados de extorsão é remarcada para 28 de fevereiro

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O juiz Eduardo de Castro Neto, titular da 6ª Vara Criminal do Fórum Clóvis Beviláqua, adiou para o próximo dia 28 de fevereiro, às 15h, a primeira audiência do processo que investiga uma suposta extorsão feita por policiais militares. O soldado Elano Ribeiro Freitas, o cabo Francisco Marinho da Silva Queiroz e o sargento Francisco Gilberto da Costa são acusados de extorsão e formação de quadrilha.
A sessão foi adiada em virtude de os réus, presos no 5º Batalhão da Polícia Militar, não terem sido apresentados à Vara. ?Já mandei oficiar o Batalhão para responder em 24 horas o motivo da não apresentação dos acusados?, ressaltou o magistrado. A audiência foi marcada inicialmente para o dia 18 de janeiro, mas não foi realizada porque a juíza que estava respondendo pela unidade apresentou problemas de saúde.
Para a próxima audiência, são esperados os depoimentos de seis testemunhas de acusação e outras 13 de defesa, além do interrogatório dos três réus. Caso não seja realizada a oitiva de todas as testemunhas, uma nova data deve ser marcada para dar continuidade à instrução.
O crime
Segundo a denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu no dia 30 de agosto de 2010, por volta das 10h, quando o soldado Elano Ribeiro Freitas e outros quatro policiais invadiram a casa de W.C.L. e W.M.S. O grupo afirmou ter um mandado de busca e apreensão para cumprir por causa da denúncia de que havia na residência 10 quilos de entorpecentes e um revólver calibre 38.
Mesmo sem apresentar o mandado, os policiais entraram e revistaram a casa. Sem identificar a droga, o soldado Elano intimou W.C.L. a acompanhá-lo à delegacia. No entanto, o proprietário da casa foi conduzido à avenida Francisco Sá, onde outro policial se apresentou como delegado e pediu R$ 100 mil. O comerciante disse não ter dinheiro, mas pediu prazo para vender sua moto e pagar aos policiais o total de R$ 15 mil.
Após o acordo, a vítima foi liberada e procurou a delegacia para denunciar o caso. A Divisão de Inteligência Policial (DIP) foi acionada e uma equipe de policiais armou, com o comerciante, o flagrante do grupo.
À noite, a vítima recebeu uma ligação do soldado Elano, marcando encontro no estacionamento de uma farmácia. Ao chegar lá, W.C.L. foi abordado pelo sargento Gilberto, que cobrou os R$ 15 mil prometidos. O comerciante afirmou que o dinheiro estava sendo levado por outra pessoa.
O sargento foi comunicar o fato ao soldado Elano e ao cabo Marinho, que assistiam à cena sentados em uma parada de ônibus. Nesse momento, os três foram presos em flagrante pelos policiais da DIP que observavam tudo. Na delegacia, os acusados negaram ter ido à casa do comerciante e praticado a extorsão. Os demais policiais supostamente envolvidos não foram identificados.